quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

A TECTÔNICA DAS PLACAS E SUAS CONSEQUÊNCIAS






Nos mais diferentes pontos do nosso planeta existem possibilidades de constatar a presença de vulcões, grandes montanhas, ilhas vulcânicas e formações rochosas deformadas.
Esses episódios nada mais são do que uma série de consequências de ações de forças que resultam, sobretudo, da dinâmica interna da Terra.
Em geral, acontecem nas fronteiras ou limites entre placas continentais, uma vez que nestas zonas de interações - divergentes, convergentes ou transformantes (conservativos) – as rochas que compõem as diferentes placas continentais ficam sujeitas a diferentes forças.
A nossa intenção nesta postagem é tentar explicar como estas transformações, resultantes dos limites entre placas, acontecem e abordar as suas principais conseqüências e disponibilizar exemplos pelo mundo.– divergentes, convergentes ou transformantes (conservativos) – as rochas que compõem as diferentes placas continentais ficam sujeitas a diferentes forças.






O QUE SÃO AS PLACAS TECTONICAS?



As placas tectônicas são porções da crosta terrestre (litosfera) limitadas por zonas de convergência ou divergência.

Segundo a Teoria da “Tectônica das Placas”, a litosfera é constituída de placas que se movimentam e interagem entre si, ocasionando uma intensa atividade geológica, resultando em terremotos e vulcões nos limites das placas.

Atualmente, considera-se a existência de 12 placas principais que podem se subdividir em placas menores. Elas são: Placa Eurasiática, Placa Indo-Australiana, Placa Filipina, Placa dos Cocos, Placa do Pacífico, Placa Norte-Americana, Placa Arábica, Placa de Nazca, Placa Sul-Americana, Placa Africana, Placa Antártica e Placa Caribeana. (Caroline Faria, Info Escola, 2007)

Na figura baixo podemos identificar facilmente essas doze placas tectônicas:



LIMITES DIVERGENTES


Nos limites divergentes, duas placas afastam-se uma da outra sendo o espaço produzido por esse afastamento preenchido por um novo material da crosta, de origem magmática. Dessa forma, o limite divergente é construtivo, uma vez que possibilita a expansão dos fundos oceânicos e consequente formação de uma nova litosfera. A dinâmica da movimentação das placas que divergem, pode ser visualizada abaixo:




Quando ocorrem na litosfera oceânica, os limites divergentes são típicos da dorsal oceânica, que exibe vulcanismo ativo, terremotos e rifteamento. Exemplo disso é a dorsal meso-atlântica e a dorsal do Pacífico oriental. Na litosfera continental é caracterizada pela presença de vales em rifte, como o Grande Vale do Rift da África Oriental, atividade vulcânica e terremotos distribuídos sobre uma zona mais larga que a dos centros de expansão oceânicos. (Press, Frank; Porto Alegre; 2006)




  Dorsal meso-atlântica


 Grande Vale do Rift na África Oriental


Referências:


LIMITES CONVERGENTES


O globo terrestre é coberto por placas tectônicas, se há a separação delas em certo lugar, em outro local elas deverão convergir, e é justamente por isso que o nosso planeta não está em expansão, já que durante essa convergência a borda de uma das placas, a de menor densidade, reclina-se para baixo entrando assim na zona de subducção onde será reciclada.

Embora todas as zonas convergentes sejam basi­camente semelhantes, a natureza das colisões de placas é influenciada pelo tipo de matéria da crosta envolvida no processo. Elas podem ocorrer entre duas placas oceânicas, uma placa oceânica e outra continental ou entre duas placas continentais.
Quando placas oceânicas colidem, a placa mais densa, mais antiga, mais fria e mais espessa mergulha sob a outra placa, em direção ao manto. À medida que a placa fria desce, a pressão aumenta; a água aprisionada nas rochas da crosta oceânica subduzida é “espremida” e ascende à astenosfera acima da placa. Esse fluido causa fusão do manto, produzindo uma cadeia de vulcões, conhecidos como “Arco de Ilhas, no fundo oceânico atrás da fossa.

Quando duas placas continentais colidem, ambas resistem à subducção. Pensa-se que isto sucede devido à menor densidade, e assim ànatureza flutuante, das rochas continentais. Supõe-se que um encontro de placas deste tipo ocorreu quando o outrora separado continente indiano colidiu com a Ásia e deu origem aos Himalaias, talvez a mais espetacular cadeia de montanhas da Terra.




          No choque do tipo oceano-continente a borda continental, menos densa devido a predominância de rochas graníticas e alumínio sobrepõe a borda oceânica mais densa devido a predominância de rochas basálticas e ferro, que entra na zona de subducção. A borda continental sofre uma deformação plástica formando um cinturão de montanhas aproximadamente paralelo à fossa de mar profundo.

Exemplos reais:
Himalaia: Convergência entre placas continentais



Cordilheira dos Andes: convergência entre placa oceânica e continental




Ilhas Japonesas: Convergência entre placas oceânicas





Referências:
Nuno Correia, 2011
Press, Frank; Porto alegre; 2006
Teixeira, Wilson; São Paulo;2000

LIMITE CONSERVATIVO


No limite conservativo as placas se movimentam de forma lateral horizontal uma ao lado da outra e em sentidos contrários sem gerar ou destruir a litosfera (daí a nomenclatura “conservativo”), tais limites se originam de fraturas em zonas na crosta terrestre e de forma geral apresentam mais de 100 quilômetros de comprimento, como era de se esperar essa dinâmica de placas gera intensa incidência de abalos sísmicos e terremotos.


O maior exemplo no globo deste tipo de atividade geológica é sem dúvida a falha de Santo André (San Andreas fault) localizada na América do Norte, originada entre a interação das placas Norte Americada e do pacífico, promovendo intensa atividade sísmica nos Estados Unidos e Canadá. (Araújo, Tarcísio; 2012)


Falha de San Andreas

NOTICIA - "MOVIMENTO DAS PLACAS MUDA RELEVO"


Autor: Luiz Carlos Parejo

Quando os pesquisadores do século 19 e início do século passado observavam as diferentes formas de relevo, perguntavam-se por que alguns lugares possuíam montanhas elevadas com picos pontiagudos, outros eram montanhas arredondadas e outros eram planícies (áreas amplas e planas, geralmente muito baixas).

Para tentar explicar a questão, chegaram a propor que a Terra estava se expandindo (crescendo como um pão de queijo ou um bolo no forno) e conforme se expandia apareciam essas diferenças de altitude e formas da superfície (essas desigualdades são chamadas de relevo).

Outros pesquisadores pensavam que a Terra estaria se encolhendo como uma ameixa que seca e ao encolher apareceriam as montanhas e depressões.

Então o pesquisador Alfred Wegener elaborou a teoria da deriva continetal. Essa teoria foi confirmada com o surgimento da teoria de movimento das placas tectônicas.
 

Placas tectônicas
A teoria da Tectônica de Placas afirma que o planeta Terra é dividido em várias placas tectônicas (como uma bola de capotão, mas com gomos irregulares e de diferentes tamanhos) que se movimentam, pois estão flutuando sobre o magma (como a lava vulcânica derretida que sai dos vulcões). Ao se movimentarem, formam as montanhas mais recentes (dobramentos modernos), fossas oceânicas, atividade vulcânica, terremotos, cordilheiras meso-oceânicas, tsunamis, etc.

A Terra é formada por várias camadas, as três principais são: núcleo, manto e crosta. Existem várias subdivisões, algumas aparecem na figura abaixo:


Camadas da Terra


A crosta é a camada superficial da Terra e é formada, principalmente por silício e alumínio (por isso ela também é chamada de Sial, abreviação dos dois componentes) e o manto é formado principalmente por silício e magnésio (também chamado de Sima) e apresenta subdivisões como a litosfera e a astenosfera; a litosfera faz contato com a crosta e é sólida, enquanto a astenosfera é uma camada de rocha derretida.
Flutuando no magma
As placas apresentam uma densidade menor (em média 2,8) que a do magma (em média 3,2) e por isso as placas "flutuam" no magma da astenosfera que é tão quente (geralmente mais de 1.000ºC) que se apresenta derretido, portanto quase líquido, mas muito viscoso.

Como todo líquido quente, o magma gira e ao girar empurra as placas em um certo sentido. Então, elas podem se chocar:

Referência: http://educacao.uol.com.br/geografia/placas-tectonicas-movimento-de-placas-muda-relevo.jhtm

Zona de convergência, que resulta na formação de dobramentos modernos e fossas oceânicas

ou se afastar:

Zona divergente no centro da figura, que resulta na formação da crista médio-oceânica

Os dois processos vão provocar resultados diferentes na superfície terrestre.

Uma grande parte da atividade vulcânica e dos abalos sísmicos mais fortes (terremotos) estão localizados nas bordas das placas tectônicas. Se compararmos os mapas abaixo para relacionar esses fenômenos, perceberemos que os limites das placas tectônicas e a localização dos terremotos e vulcões coincidem e se concentram em volta do Oceano Pacífico (por isto esta região é chamada de Círculo de Fogo do Pacífico).








PELO MENOS ONZE TREMORES JÁ ATINGIRAM SÃO FRANCISCO



Os tremores de terra e incêndios mataram no mínimo três mil pessoas

Embora o grande terremoto que atingiu San Francisco em 1906 quase tenha apagado do mapa a cidade californiana, ele não foi o primeiro nem o último tremor que sacudiu a cidade, segundo comprovam os casos registrados nos últimos 200 anos.

- Junho de 1808: Uma série de terremotos causou danos na casa do comandante da então base militar espanhola de Presidio, próxima da entrada da baía de San Francisco.

- 10 de junho de 1836: Um tremor de terra abriu fendas no solo ao longo da falha de Hayward, a leste da baía. O terremoto, cuja magnitude é hoje estimada em 6,7 graus na escala Richter, foi sentido até na cidade litorânea de Monterrey, 170 km ao sul.

- 9 de janeiro de 1857: A Califórnia sofreu o impacto de um dos terremotos mais fortes dos últimos dois séculos, com uma magnitude estimada em 8,2 graus Richter. O tremor que durou vários minutos foi sentido da região de Los Angeles a San Francisco, 700 km ao norte, onde várias casas foram danificadas, segundo testemunhos da época.

- 8 de outubro de 1865: A Prefeitura, o quartel de bombeiros e várias casas de San Francisco foram destruídos por outro forte tremor. - 22 de outubro de 1868: Ruas inteiras foram divididas e várias casas desmoronaram com um tremor estimado em 7 graus na escala Richter.

- 19 de abril de 1892: Várias construções foram danificadas por um terremoto que parou o relógio localizado no alto de um edifício no porto. - 30 de março de 1898: Escolas e chaminés de tijolos desabaram após um tremor de 6,5 graus na escala Richter. O Congresso dos Estados Unidos destinou 350.000 dólares para reparar a base naval de Mare Island, danificada pelo movimento telúrico.

- 18 de abril de 1906: San Francisco sofreu o maior terremoto do último século, de 7,8 graus na escala Richter. Os edifícios desmoronaram como castelos de cartas e um enorme incêndio de três dias arrasou a cidade. Cerca de 200.000 pessoas (a metade da população total) ficaram desabrigadas. O cômputo oficial é de 498 mortos, embora historiadores considerem números de cerca de 3.000 pessoas mortas.

- 1º de julho de 1911: O observatório da Universidade de Berkeley foi fortemente danificado por um tremor de 6,5 graus na escala Richter.

- 22 de março de 1957: Outro tremor, cujo epicentro esteve próximo do de 1906, danificou edifícios e provocou incêndios em San Francisco.

- 17 de outubro de 1989: Uma parte da ponte Bay Bridge, que com dois níveis une San Francisco a Oakland, foi derrubada por um forte tremor que deixou mais de 60 mortos e milhares de milhões de dólares em estragos. (Terra; 2006)